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HOMENAGEM AOS RESISTENTES

     Somos uma rede de professores, pesquisadores e ativistas envolvidos desde 2015 na reflexão teórica e prática sobre as representações de africanos e afrodescendentes nos livros didáticos. Iniciamos nosso percurso com um seminário sobre hispanismo e a questão dos afrodescendentes em Paris em 2015. Durante esse seminário, os diferentes trabalhos destacaram transversalidades em termos de afrodescendentes: uma invisibilidade geral, ou seja, na maioria dos países onde estão Na presença de populações afrodescendentes, observamos os mesmos mecanismos de ocultação da história e cultura dessas populações e também a negação, muitas vezes, de sua participação na construção dos Estados-nação. O resultado, é claro, se traduz em uma massiva ausência de representação nos meios de ensino, nos programas acadêmicos, no corpo docente e na sociedade em geral.

  Nossa reflexão continuou durante um novo encontro em forma de colóquio que aconteceu no Senegal, na Gaston Berger University of Saint Louis em 2017, estendendo a reflexão ao continente africano. Durante quatro dias, expoentes dos três continentes tentaram fazer um balanço da situação em seus respectivos países. As conclusões foram muito semelhantes. Na África, apesar da independência dos respectivos países há décadas, observa-se em grande parte um mimetismo curricular em relação às antigas potências coloniais, onde personagens e histórias ocidentais desfrutam de mais espaço educativo do que os próprios africanos. Foi o caso, por exemplo, de Cheikh Anta Diop, que não fazia parte do conteúdo curricular senegalês naquela época. 

Na América Latina, embora várias leis em diferentes países reconheçam a presença de populações afrodescendentes, não se observa uma mudança radical em termos de representações. Na Europa, alguns avanços podem ser notados, como na França a partir da lei Taubira (2001) que reconheceu o Tráfico e a Escravidão como crime contra a humanidade e que inclui em suas aplicações um capítulo sobre o ensino dessas histórias na educação. No entanto, ainda não há um trabalho real para incluir essas culturas no conteúdo escolar. 

Diante dessas conclusões, decidimos organizar um segundo colóquio, desta vez em Abya Yala, mais precisamente em Salvador da Bahia no Brasil, onde havia colegas da Universidade da Integração Internacional de Lusofonia Afro-Brasileira que já vinham tentando por alguns anos para colocar em prática os ensinamentos de um afrodecolonial. Este segundo encontro foi orientado para exemplos pedagógicos da implementação de uma melhor representação dos africanos e afrodescendentes nos currículos acadêmicos. 

Uma das conclusões do encontro foi a dificuldade de o professor conseguir encontrar material para alimentar suas criações de suportes pedagógicos. Um primeiro passo foi a publicação da ata através da revista online Capoeira da UNILAB para disponibilizar as diversas contribuições aos interessados ​​(http://www.capoeirahumanidadeseletras.com.br/ojs-3.3.0-10/index.php/capoeira/issue/view/10).

O segundo passo foi pensar na criação de um banco de dados digital para armazenamento de mídia bruta, ou seja, sem propor a parte pedagógica, de informações sobre história, cultura, antropologia, linguagem, artes etc. Este banco de dados será útil para qualquer professor, estudante, ativista ou pessoa interessada em mobilizar apoio aos afrodescendentes e à África. 

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Visão para o terceiro encontro

Este terceiro encontro segue os passos dos dois primeiros. No entanto, as metas serão muito precisas. Os trabalhos apresentados serão orientados exclusivamente para a análise da implementação das representações de afrodescendentes e africanos na sala de aula, na academia, no campo artístico, na militância, nas artes culinárias, nas religiões, etc. Não serão aceitos trabalhos que não contemplem este aspecto prático. Nossa intenção não é excluir, mas focar em experiências concretas para alimentar nossas reflexões.             Então, o objetivo desta vez será criar o banco de dados. Durante o colóquio, serão formadas as equipes responsáveis ​​por cada área (África, Europa, Abya Yala). Cada equipe ficará encarregada de divulgar o banco de dados, receber propostas de apoio e dinamizar a plataforma. Também será formado um comitê com dois representantes de cada área geográfica por dois anos encarregados de coordenar o banco de dados. Por outro lado, a ideia é também criar um livro da história essencial de África e da sua diáspora. Este manual conterá o que consideramos essencial para qualquer ensino sobre a África e sua diáspora. Este manual será o resultado do diálogo coletivo entre todos os participantes. O trabalho final será editado em formato digital. 

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Visão didática

            Os trabalhos apresentados não podem ser lidos, mas interagidos na forma de diálogo com o público. A apresentação será preferencialmente na forma de power point ou imagens, música, etc. que ilustram o propósito. O formato ideal seria 15 minutos para a apresentação e 15 minutos para o intercâmbio. Os textos e trocas serão publicados na base de dados com releitura por um comitê de revisão.  

Haverá a possibilidade de intervir em salas de aula com alunos de escolas e universidades e em comunidades em Angola para promover um intercâmbio.  

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Visão Logística

O colóquio é concebido como um espaço autogerido onde a organização parte de uma horizontalidade nas inter-relações onde serão designados responsáveis ​​por cada cronograma e atividade. Uma assembléia geral será realizada no início da conferência e outra no final do workshop para fazer um balanço para continuar com as atividades futuras. Alojamentos colectivos económicos serão propostos na medida do possível. As taxas de inscrição para o workshop-colóquio terão em conta os coffee breaks e o almoço.

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Visão Cultural

Serão organizadas, na medida do possível, visitas colectivas aos diferentes locais. E à noite, serão organizadas atividades culturais e tertúlias. O encontro será também um espaço coletivo onde dialogarão várias culturas da África, Europa, Abya Yala e Afro Abya Yala, será a oportunidade de trocar experiências, materiais, projetos. Os participantes, se são artistas, músicos, atores, fotógrafos ou pintores etc. eles podem planejar a organização de workshops ou apresentações.

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Datas de entrega da proposta (acadêmica e artística):

31 de dezembro de 2022

 

Formato da proposta:

Resumo de propostas acadêmicas ou artísticas (máximo de 1 página,

com mini CV)

Endereço de entrega: afrodecolonial@gmail.com

Datas de resposta: 15 de janeiro de 2022

Datas da reunião: 20 a 24 de junho de 2023

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